sábado, 5 de dezembro de 2009
O essencial foi visível
Acabei de chegar do pronto-socorro de um plantão de 12 horas.
Hoje, por incrível que pareça, não teve paciente algum para subir pro bloco de cirurgia, falo pra Cirurgia Geral.
Fiquei lá por baixo, na pequena cirurgia, mas não fiz nada de importante. O que não significa que o dia tenha sido inútil... nada disso. Meu colega me chamou para assistir e me explicou os procedimentos de uma reanimação cardíaca.
Junto com os meus colegas fiquei parada, calada, só observando...” injeta bicarbonato, adrenalina.. volta.. massageia, massageia”. O senhor não voltou. Ele parou e foi ao encontro de Deus.
Meus colegas e eu ficamos “frios” diante de tudo o que ocorreu dentro da sala de Choque. Porém, toda a sensibilidade escondida ou disfarçada na figura de um protótipo de médico foi quebrada, pelo menos por minha parte e por parte de alguns outros, quando a família foi avisada e a filha sobre o corpo do pai gritava.
Depois disso, voltei pra casa e percebi que ainda tenho muito o que aprender...
O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas. Martin Luther King
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